tag:blogger.com,1999:blog-41885896623999995172024-03-13T11:42:02.288-07:00anthropossite de ciências sociaisRoberto Schiavinihttp://www.blogger.com/profile/09137522000495254785noreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-4188589662399999517.post-78554088984815811432010-09-20T18:37:00.000-07:002010-09-21T15:12:52.509-07:00"De longe toda serra é azul: histórias de um indigenista"A obra do indigenista Fernando Schiavini mostra, em narrativa fácil e objetiva, o complexo cotidiano do indigenista e propõe um novo perfil para este profissional, com atuação mais condizente com a verdadeira luta por benefício aos povos indígenas .<br />
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</div><div style="text-align: justify;">Sandoval dos Santos Amparo*</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/TJgMJVTPaeI/AAAAAAAACsQ/Aal7KDVw8Xs/s1600/foto_mat_17291.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" qx="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/TJgMJVTPaeI/AAAAAAAACsQ/Aal7KDVw8Xs/s200/foto_mat_17291.jpg" width="133" /></a></div><div style="text-align: justify;">De longe toda serra é azul, poético título furtado de um sertanejo amazônida, trata da questão indígena no Brasil e é um livro cuja linguagem destina-se aos atores de seu enredo: populares, políticos e pesquisadores em geral. Alcança o âmago da questão, pois, como sugere o próprio título, as verdadeiras cores de uma paisagem somente são conhecidas quando se ajuda a pintá-las; quando se participa, por assim dizer, do interior de seu movimento. Este é o primeiro mérito do autor, Fernando Schiavini, neste relato que, nem acadêmico nem ficcional – narrativa fácil e objetiva apenas – choca o leitor com as histórias vividas ao longo de duas das três décadas em que atua como indigenista na Funai e fora dela.</div><div style="text-align: justify;">Longe de ser um despretensioso livro de aventuras, De longe toda serra é azul: histórias de um indigenista é, antes, político, como o autor antecipa logo no prefácio. As histórias que narra – algumas de repercussão nacional e/ou internacional – tratam de um passado recente e (des)conhecido, muitas vezes presente, e tem por objetivo não apenas o prazer da fruição literária, mas, principalmente, o prazer militante, pois servem de pano de fundo para (re)acender o debate sobre as questões indígenas no Brasil, interdisciplinares por natureza e envolvendo múltiplas questões referentes ao patrimônio cultural, ambiental e genético destes povos diante dos ideais desenvolvimentistas da economia brasileira. A preocupação de Schiavini, neste ponto, é tão evidente que, além do texto impresso, sua publicação traz um CD-mp3 com a leitura ambientada do livro, feita pelo próprio autor, visando assim alcançar a atenção de indígenas e sertanejos de tradição oral, ampliando o debate.</div><div style="text-align: justify;">Deflagrando as difíceis condições de trabalho em campo, às quais se submetem os técnicos do Estado nos momentos de atuação arbitrária e burocrática do órgão indigenista (Funai), o autor utiliza-se de sua vivência para propor um novo indigenismo, menos romântico e mais audacioso, com um novo perfil deste profissional. No entanto, resta o alerta: teoria e engajamento apenas não bastam. Tanto quanto, é necessária grande gama de conhecimentos práticos e/ou multidisciplinares que a atuação em campo pode exigir a qualquer momento. Em seu cotidiano, um indigenista torna-se mediador intercultural, lavrador, enfermeiro, assistente social, piloto, servente de obras. </div><div style="text-align: justify;">Malária, toda sorte de “carapanãs” (mosquitos), atendimento médico distante, solidão, distanciamento da família e da vida social, ameaças de morte e conflitos armados – o encontro com a miséria humana-; todos estes elementos estão fartamente presentes na atuação destes profissionais. Não bastasse, o desejo de transformar realidades grafadas com ganância e tiros transforma-os ainda em articuladores sociais, muitas vezes, contra o interesse de poderosos atores locais, como fazendeiros, grileiros, comerciantes; “entidades de apoio” - como a igreja e ONGs - e, às vezes, até a própria Funai e o Estado. </div><div style="text-align: justify;">Redigido por um técnico do órgão indigenista, o texto é totalmente independente: não há meias palavras e são realizadas as críticas necessárias à atuação deste órgão, ainda que preservando a imagem de indigenistas clásssicos, como Rondon, os irmãos Villas Bôas e outros. Não sejamos ingênuos, porém. Desde Marx & Engels sabemos que “o Estado é o comitê da burguesia”, logo – por esta lógica – o órgão indigenista, no seio do Estado burguês pode (e deve) ser entendido como um órgão do Estado para os indígenas, e não pelos indígenas, o que pode ser verificado desde o antigo SPI, da qual a Funai é herdeira. </div><div style="text-align: justify;">A criação do SPI – Serviço de Proteção aos Índios e Localização da Mão-de-Obra Nacional (1910-1967) pelo Mal. Rondon constitui um momento histórico, pois é a primeira vez que o Estado reconhece e legisla sobre o direito à terra indígena, um avanço com relação ao período anterior. Foi importante, ainda, ao proteger diversos grupos indígenas de massacres diversos (quando conseguiu contê-los), ainda que para isso fossem adotadas medidas drásticas, como o deslocamento de muitos grupos de seus locais de origem ou a criação dos parques indígenas, com a aglomeração de diversas etnias numa área demarcada e protegida. Representou um primeiro passo no processo de humanização do indigenismo estatal. Todavia, não se opôs à voracidade com que o “desenvolvimento econômico” expandiu-se para os confins do território brasileiro, consolidado em alguns casos, com o apoio estratégico e militar dos próprios indígenas. Ao contrário, o SPI “abriu” terras para o avanço do capital sob sertões e possibilitou, em vias legais, o “melhor aproveitamento” dos recursos das terras indígenas. Os próprios índios eram considerados mão-de-obra em potencial, a serem “localizados”, como afirma o próprio nome do órgão. </div><div style="text-align: justify;">Ainda hoje muitas populações tradicionais continuam sendo retiradas de suas terras para o avanço do agronegócio, das hidrelétricas, das rodovias, das unidades de conservação. </div><div style="text-align: justify;">Com a extinção por falência do SPI e criação da Funai (1967) (quase que imediatamente após o Ato Institucional nº 5, de 1965), os militares recolocam o indigenismo em posição estratégica para o Estado. Há uma revalorização da questão indígena, mas o sentido de sua atuação (pró-Estado) acentua-se. Fala-se em patrimônio indígena, mas sua gestão cabe à Funai (e não aos próprios indígenas). O Estatuto do Índio, de 1973, ao mesmo tempo em que visa preservar a cultura indígena, prevê “integrá-los progressiva e harmoniosamente à comunhão nacional”, e fortalece a tutela – muito eficaz em tempos de ditadura –, que vigora até os dias atuais, ainda que flexibilizada. Em muitas áreas seguem ou se iniciam projetos de arrendamento, de exploração madeireira e mineral. Amplia-se a dependência do indígena com relação ao Estado. Tenta-se toda sorte de projetos de desenvolvimento, mas a organização comunitária é, em muitos casos, solapada. As terras indígenas tornam-se palco para os mais diversos tipos de uso “produtivo” do solo, segundo a concepção produtiva não-indígena. Pretendia-se com isso que “desenvolvimento” alcance as aldeias. É nesta época, no ápice do regime militar (década de 1970) que Fernando Schiavini chega à Funai. Ele e os de sua geração lutaram contra a ditadura para mudar o sentido da atuação da Funai. </div><div style="text-align: justify;">Findo este período, surge a democracia, bastante propalada, mas em muito parecida com a polis grega (da qual apenas os cidadãos livres podiam gozar). Os governos pós-militares promulgam a constituição (1988) e nela o artigo 231, que garante importantes direitos indígenas. Entretanto, o interesse privado continua prevalecendo sobre o público e a atuação anti-indigenista da Funai continua alvo de descontentamento dos indigenistas. Uma vez mais as narrativas de Schiavini viram pano de fundo para o debate político. Por fim, após apresentar com suas histórias os principais dilemas do indigenismo brasileiro, o autor encerra seu livro anunciando o debate sobre como pode, então, a Funai atuar em benefício dos indígenas e não contra seus interesses. </div><div style="text-align: justify;">O ponto de partida para este novo debate é a organização comunitária dos povos indígenas para representar seus interesses frente ao Estado capitalista e os interesses que defende, bandeira que o autor hasteou junto com os índios ainda na década de 1970. Alguns desdobramentos: anuncia-se o fim da relação entre os “meus” índios do antropólogo conhecido, que passa a ser “meu” antropólogo, dos índios tais, ou seja, cresce a clareza dos índios com relação ao papel dos técnicos da Funai, das igrejas ou das ONGs. Cresce a figura do próprio índio, em busca dos seus direitos legais. Os indigenistas (e pesquisadores em geral) tornam-se colaboradores técnicos dos povos indígenas.</div><div style="text-align: justify;">De longe toda serra é azul: histórias de um indigenista</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Schiavini, Fernando</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Criativa Gráfica e Editora, Brasília, 2006</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">220 páginas</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>___________________________<br />
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(*) Sandoval dos Santos Amparo é geógrafo pela UFF e fotógrafo. Na Funai desde 2004. Atuou na identificação terras indígenas no Rio Grande do Sul e junto a povos indígenas em Rondônia, Mato Grosso e Bahia, através da Coordenação Geral de Artesanato da FUNAI.<br />
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Fonte: <a href="http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=13469">http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=13469</a>Roberto Schiavinihttp://www.blogger.com/profile/09137522000495254785noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4188589662399999517.post-35971831671787765932010-08-22T06:27:00.000-07:002010-08-22T06:27:36.196-07:00'Nota mais alta não é educação melhor'<span style="font-size: xx-small;">Diane Ravitch, ex-secretária-adjunta de Educação dos EUA</span> <span style="font-size: xx-small;">02 de agosto de 2010 </span><br />
<span style="font-size: xx-small;">Simone Iwasso - O Estado de S.Paulo</span><br />
Erro. Ênfase em responsabilização de professor é danosa para a educação, afirma Diane<br />
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</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/THElIBlpqcI/AAAAAAAACcs/-rNsb8eoNn0/s1600/images%5B1%5D+(2).jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="131" ox="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/THElIBlpqcI/AAAAAAAACcs/-rNsb8eoNn0/s200/images%5B1%5D+(2).jpg" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;">Uma das principais defensoras da reforma educacional americana - baseada em metas, testes padronizados, responsabilização do professor pelo desempenho do aluno e fechamento de escolas mal avaliadas - mudou de ideia. Após 20 anos defendendo um modelo que serviu de inspiração para outros países, entre eles o Brasil, Diane Ravitch diz que, em vez de melhorar a educação, o sistema em vigor nos Estados Unidos está formando apenas alunos treinados para fazer uma avaliação. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Secretária-adjunta de Educação e conselheira do secretário de Educação na administração de George Bush, Diane foi indicada pelo ex-presidente Bill Clinton para assumir o National Assessment Governing Board, instituto responsável pelos testes federais. Ajudou a implementar os programas No Child Left Behind e Accountability, que tinham como proposta usar práticas corporativas, baseadas em medição e mérito, para melhorar a educação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Suas revisão de conceitos foi apresentada no livro The Death and Life of the Great American School System (a morte e a vida do grande sistema escolar americano), lançado no mês passado nos EUA. O livro, sem previsão de edição no Brasil, tem provocado intensos debates entre especialistas e gestores americanos. Leia entrevista concedida por Diane ao Estado. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por que a senhora mudou de ideia sobre a reforma educacional americana?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu apoiei as avaliações, o sistema de accountability (responsabilização de professores e gestores pelo desempenho dos estudantes) e o programa de escolha por muitos anos, mas as evidências acumuladas nesse período sobre os efeitos de todas essas políticas me fizeram repensar. Não podia mais continuar apoiando essas abordagens. O ensino não melhorou e identificamos apenas muitas fraudes no processo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em sua opinião, o que deu errado com os programas No Child Left Behind e Accountability?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O No Child Left Behind não funcionou por muitos motivos. Primeiro, porque ele estabeleceu um objetivo utópico de ter 100% dos estudantes com proficiência até 2014. Qualquer professor poderia dizer que isso não aconteceria - e não aconteceu. Segundo, os Estados acabaram diminuindo suas exigências e rebaixando seus padrões para tentar atingir esse objetivo utópico. O terceiro ponto é que escolas estão sendo fechadas porque não atingiram a meta. Então, a legislação estava errada, porque apostou numa estratégia de avaliações e responsabilização, que levou a alguns tipos de trapaças, manobras para driblar o sistema e outros tipos de esforços duvidosos para alcançar um objetivo que jamais seria atingido. Isso também levou a uma redução do currículo, associado a recompensas e punições em avaliações de habilidades básicas em leitura e matemática. No fim, essa mistura resultou numa lei ruim, porque pune escolas, diretores e professores que não atingem as pontuações mínimas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Qual é o papel das avaliações na educação? Em que elas contribuem? Quais são as limitações?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Avaliações padronizadas dão uma fotografia instantânea do desempenho. Elas são úteis como informação, mas não devem ser usadas para recompensas e punições, porque, quando as metas são altas, educadores vão encontrar um jeito de aumentar artificialmente as pontuações. Muitos vão passar horas preparando seus alunos para responderem a esses testes, e os alunos não vão aprender os conteúdos exigidos nas disciplinas, eles vão apenas aprender a fazer essas avaliações. Testes devem ser usados com sabedoria, apenas para dar um retrato da educação, para dar uma informação. Qualquer medição fica corrompida quando se envolve outras coisas num teste. </div><div style="text-align: justify;">Na sua avaliação, professores também devem ser avaliados?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Professores devem ser testados quando ingressam na carreira, para o gestor saber se ele tem as habilidades e os conhecimentos necessários para ensinar o que deverá ensinar. Eles também devem ser periodicamente avaliados por seus supervisores para garantir que estão fazendo seu trabalho. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E o que ajudaria a melhorar a qualidade dos professores?</div><div style="text-align: justify;">Isso depende do tipo de professor. Escolas precisam de administradores experientes, que sejam professores também, mais qualificados. Esses profissionais devem ajudar professores com mais dificuldades. </div><div style="text-align: justify;">Com base nos resultados da política educacional americana, o que realmente ajuda a melhorar a educação? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As melhores escolas têm alunos que nasceram em famílias que apoiam e estimulam a educação. Isso já ajuda muito a escola e o estudante. Toda escola precisa de um currículo muito sólido, bastante definido, em todas as disciplinas ensinadas, leitura, matemática, ciências, história, artes. Sem essa ênfase em um currículo básico e bem estruturado, todo o resto vai se resumir a desenvolver habilidades para realizar testes. Qualquer ênfase exagerada em processos de responsabilização é danosa para a educação. Isso leva apenas a um esforço grande em ensinar a responder testes, a diminuir as exigências e outras maneiras de melhorar a nota dos estudantes sem, necessariamente, melhorar a educação. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O que se pode aprender da reforma educacional americana?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A reforma americana continua na direção errada. A administração do presidente Obama continua aceitando a abordagem punitiva que começamos no governo Bush. Privatizações de escolas afetam negativamente o sistema público de ensino, com poucos avanços de maneira geral. E a responsabilização dos professores está sendo usada de maneira a destruí-los. </div><div style="text-align: justify;">Quais são os conceitos que devem ser mantidos e quais devem ser revistos?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A lição mais importante que podemos tirar do que foi feito nos Estados Unidos é que o foco deve ser sempre em melhorar a educação e não simplesmente aumentar as pontuações nas provas de avaliação. Ficou claro para nós que elas não são necessariamente a mesma coisa. Precisamos de jovens que estudaram história, ciência, geografia, matemática, leitura, mas o que estamos formando é uma geração que aprendeu a responder testes de múltipla escolha. Para ter uma boa educação, precisamos saber o que é uma boa educação. E é muito mais que saber fazer uma prova. Precisamos nos preocupar com as necessidades dos estudantes, para que eles aproveitem a educação. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">QUEM É</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É pesquisadora de educação da Universidade de Nova York. Autora de vários livros sobre sistemas educacionais, foi secretária-adjunta de Educação e conselheira do secretário de Educação entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush. Foi indicada pelo ex-presidente Bill Clinton para o National Assessment Governing Board, órgão responsável pela aplicação dos testes educacionais americanos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Roberto Schiavinihttp://www.blogger.com/profile/09137522000495254785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4188589662399999517.post-36407221291468524632010-08-14T14:24:00.000-07:002010-08-14T15:51:07.663-07:00Chomsky e as 10 estratégias de manipulação midiática<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/TGcdqvusiYI/AAAAAAAACbk/43aoWvneFkg/s1600/images%5B1%5D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" ox="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/TGcdqvusiYI/AAAAAAAACbk/43aoWvneFkg/s200/images%5B1%5D.jpg" width="187" /></a></div>O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.</strong></div><div style="text-align: justify;">O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES</strong><br />
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.</strong></div><div style="text-align: justify;">Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.</strong></div><div style="text-align: justify;">Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.</strong></div><div style="text-align: justify;">A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.</strong></div><div style="text-align: justify;">Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.</strong></div><div style="text-align: justify;">Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.</strong></div><div style="text-align: justify;">Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.</strong></div><div style="text-align: justify;">Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.</strong></div><div style="text-align: justify;">No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.</div>Roberto Schiavinihttp://www.blogger.com/profile/09137522000495254785noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4188589662399999517.post-54901767919050762672010-08-12T17:02:00.000-07:002010-08-12T17:02:00.827-07:00Quem é índio e quantos são no Brasil?<div style="text-align: justify;">Estas são as perguntas fundamentais que o novo Censo 2010 vai procurar esclarecer. </div><div style="text-align: justify;">Há um debate aberto sobre o que significa ser indígena no Brasil. Alguns antropólogos acham que basta se declarar indígena para ser indígena. Daí que, um deles, parodiando o filósofo francês Gilles Deuleuze, que pronunciou a boutade, em defesa dos gays, "Todo mundo é gay, exceto quem não é", fez a sua boutadezinha: "Todo mundo no Brasil é índio, exceto quem não é". Já outros antropólogos, creio que a maioria, afirmam que ser indígena é uma condição sociocultural específica no panorama brasileiro e que tem substancialidade, tradição, ascendência e sociabilidade diferenciadas. Não basta se afirmar num arroubo narcísico que se é ou não se é alguma coisa, tem que ser reconhecido pelos demais, como em todo processo de afirmação de identidade onde se requer o diálogo com o outro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por conta desse debate -- e tomando o partido dos que acreditam na substancialidade do ser, no caso do ser indígena -- é que o grupo de antropólogos e demógrafos do Censo 2010 que trata da questão indígena resolveu adicionar ao questionário básico, além da pergunta que dá abertura para auto-declaração (escolhendo em cinco possibilidades: branco, preto, pardo, oriental e indígena), questões sobre a que povo pertenceria ou teria ligação e se fala alguma língua indígena. É claro que nem todos os indígenas falam uma língua indígena. Muitos povos indígenas no Nordeste e até na Amazônia falam só português, tendo relegado suas línguas maternas ao esquecimento, seja por qual processo social que lhes foi imposto. Entretanto, de algum modo, ser indígena significaria, neste novo Censo 2010, ter uma vivência que seja reconhecida de algum modo como indígena. Isto, na minha visão, constitui um avanço considerável sobre o Censo 2000 e sobre a teimosia do IBGE em se fixar na metodologia de auto-declaração.</div><div style="text-align: justify;">Essa nova metodologia servirá para corrigir o grave erro do Censo 2000. É que nos últimos 20 anos, abriu-se a possibilidade de muita gente se declarar indígena, por motivos os mais variados. Por causa disso, o Censo de 2000 registrou uma população de cerca de 750.000 indígenas. Naquele ano, a Funai e a Funasa tinham números menores que 400.000. Como podia-se perceber, o número do IBGE se referia a pessoas que se auto-declaravam indígenas, sem precisar demonstrar qualquer evidência específica de ser indígena. No Rio de Janeiro, por exemplo, consta existir 30.000 e tantos indígenas; em São Paulo, cerca de 60.000, números não reconhecidos nem pela Funai nem pela Funasa ou por qualquer outra instituição pública. Ou mesmo pelos antropólogos que acham que é válida a auto-declaração exclusiva.</div><div style="text-align: justify;">Por que as pessoas decidem se declarar indígenas? Uma primeira hipótese é de que, sendo-lhe dado escolher entre as opções apresentadas no questionário, e não se considerando verdadeiramente nenhuma das opções, a pessoa prefere se declarar indígena. Daí esse número inesperado em tantas cidades brasileiras. Declarar-se indígena seria uma espécie de homenagem ao passado brasileiro. Ou uma contrariedade com as poucas opções apresentadas. Com efeito, as opções de escolha de auto-declaração não satisfazem a maioria dos brasileiros. Veja o seguinte fato: em simulações já feitas pelo IBGE, se a opção "moreno" fosse apresentada, mais de 60% dos entrevistados se identificariam com ela. Moreno é uma categoria de cor/raça mais desejada do que "pardo". Sem dúvida.</div><div style="text-align: justify;">Como é de conhecimento generalizado, a auto-identificação brasileira pelo conceito de raça, etnia e cor é extremamente variada, ao contrário de outros países. Estudos feitos em várias partes do Brasil mostram que há mais de uma centena de termos raciais usados pelo povo brasileiro, termos estes que conotam diferenças sutis que têm a ver não só com percepção de aparência física, mas também com percepção de pertencimento de classe ou condição de vida. Quem é sarará e quem é galego, no Nordeste, depende da roupa que estiver usando.</div><div style="text-align: justify;">Por sua vez, a questão da identificação indígena no Brasil é especial e própria de nossa cultura. Se formos nos medir pelo critério biológico, como fazem os norte-americanos, pelo menos um terço de nossa população seria considerada indígena por ter sangue indígena, como descendentes dos primeiros filhos de casamentos mistos, ocorridos especialmente nos séculos XVI e XVII, no litoral brasileiro, e nos séculos seguintes na Amazônia.</div><div style="text-align: justify;">Entretanto, índio no Brasil é ser social e cultural. Daí a nova metodologia do IBGE, cujos resultados aguardamos com muita atenção pois provavelmente dirimirão as pendengas que existem atualmente na atualização de políticas públicas para os povos indígenas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">Fonte: </span><a href="http://merciogomes.blogspot.com/2010/08/quem-e-indio-e-quantos-sao-no-brasil.html"><span style="font-size: x-small;">http://merciogomes.blogspot.com/2010/08/quem-e-indio-e-quantos-sao-no-brasil.html</span></a><span style="font-size: x-small;"> (em 12/08/2010)</span></div>Roberto Schiavinihttp://www.blogger.com/profile/09137522000495254785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4188589662399999517.post-50436807311957271122010-03-24T17:16:00.001-07:002010-08-16T20:48:03.979-07:00Do morder a língua<div align="justify"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/TGoGWw_iqLI/AAAAAAAACck/Wlzj0VB00ho/s1600/images%5B2%5D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" ox="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/TGoGWw_iqLI/AAAAAAAACck/Wlzj0VB00ho/s200/images%5B2%5D.jpg" width="153" /></a></div>Numa época e num país em que todos se esforçam por emitir seus juízos e opiniões, o senhor Palomar adquiriu o hábito de morder a língua três vezes antes de fazer qualquer afirmação. Se na terceira mordida de língua ainda está convencido do que estava para dizer, então o diz; se não, cala-se. Na verdade, passa semanas e meses inteiros em silêncio.<br />
Boas ocasiões de calar não faltam nunca, mas pode ocorrer o caso raro de o senhor Palomar lamentar-se de não ter dito algo no momento oportuno. Lembra-se de que os fatos confirmaram aquilo que pensava, e que se então houvesse expressado seu pensamento talvez tivesse exercido alguma influência positiva, por mínima que fosse, sobre o que estava acontecendo. Nesses casos seu ânimo se divide entre a satisfação de haver pensado de maneira correta e um sentido de culpa por sua reserva excessiva. Sentimentos ambos tão fortes que é tentado a exprimi-los por palavras; mas depois de haver mordido a língua três vezes, e até mesmo seis, se convence de que não há aí nenhum motivo de orgulho ou de remorso.<br />
Pensar de maneira correta não é um mérito: estatisticamente é quase inevitável que entre as muitas idéias estouvadas, confusas ou banais que nos vêm à mente alguma possa ser clara ou de fato genial; e assim como ocorreu a ele, pode ocorrer também a alguma outra pessoa.<br />
Mais controverso é o juízo de não haver manifestado seu pensamento. Em tempos de silêncio generalizado, conformar-se com a mudez dos outros é certamente culpável. Nos tempos em que todos falam demais, o importante não é tanto dizer a coisa certa, que de qualquer forma se perderia na inundação das palavras, quanto dizê-las partindo de premissas e implicando conseqüências que dêem à coisa dita seu máximo valor. Mas então, se o valor de uma simples afirmação está na continuidade e coerência do discurso em que se encontra encaixada, a única escolha possível é entre se falar em continuação e não se falar mais nada. No primeiro caso o senhor Palomar revelaria que seu pensamento não procede em linha reta mas em ziguezagues, mediante oscilações, desmentidos, correções, em meio aos quais a certeza de sua afirmação se perderia. Quanto à segunda alternativa, essa implica uma arte de calar mais difícil ainda do que a arte de dizer.<br />
Na verdade, mesmo o silêncio pode ser considerado um discurso, enquanto refutação ao uso que os outros fazem da palavra; mas o sentido desse sliêncio-discurso está na suas interrupções, ou seja, naquilo que de tanto em tanto se diz e que dá um sentido àquilo que se cala.<br />
O melhor: um silêncio poder servir para excluir certas palavras ou mesmo mantê-las de reserva para serem usadas numa ocasião melhor. Dessa forma uma palavra dita agora pode economizar cem amanhã ou talvez obrigar-nos a dizer outras mil. “Cada vez que mordo a língua”, conclui mentalmente o senhor Palomar, “devo pensar não apenas no que estou para dizer, mas em tudo o que se digo ou não digo será dito ou não tido por mim ou pelos outros”. Formulando este pensamento, morde a língua e permanece em silêncio. (Italo Calvino)</div>Roberto Schiavinihttp://www.blogger.com/profile/09137522000495254785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4188589662399999517.post-54003665254809971912008-10-06T20:13:00.000-07:002010-08-21T08:51:49.780-07:00Entrevista com Cristovam Buarque: Crítica da Razão Tupiniquim<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxdbb8lpGkpCBAObHFEuiiaQO0qYcg4OyPV_vPjaogdbfB-hGV7VGVIRTHiGtGwRWWI2RB2xeGpzxYpqAHY0w' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br />
Trabalho: alunos CEMAB.<br />
Teoria politica:<br />
Coordenador: Roberto SchiaviniRoberto Schiavinihttp://www.blogger.com/profile/09137522000495254785noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4188589662399999517.post-63298911019069996402008-06-30T11:07:00.000-07:002008-11-13T00:43:57.058-08:00Criança Krahô<div style="margin: 0px auto 10px; text-align: center;"><div style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/SGkg5XX-43I/AAAAAAAAAAQ/VSNQOX91JN8/s1600-h/Fotos+Viagem+Krah%C3%B4+037.jpg"><img style="width: 342px; height: 268px;" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/SGkg5XX-43I/AAAAAAAAAAQ/VSNQOX91JN8/s320/Fotos+Viagem+Krah%C3%B4+037.jpg" border="0" height="264" width="341" /></a><br /><a href="http://3.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/SGkg5XX-43I/AAAAAAAAAAQ/VSNQOX91JN8/s1600-h/Fotos+Viagem+Krah%C3%B4+037.jpg">foto: Roberto schiavini<br /></a></div> </div><div style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://picasa.google.com/blogger/" target="ext"><img src="http://photos1.blogger.com/pbp.gif" alt="Posted by Picasa" style="border: 0px none ; padding: 0px; background: transparent none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: -moz-initial; -moz-background-origin: -moz-initial; -moz-background-inline-policy: -moz-initial;" align="middle" border="0" /></a></div>Roberto Schiavinihttp://www.blogger.com/profile/09137522000495254785noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4188589662399999517.post-20850098058083524802008-05-13T14:46:00.000-07:002010-08-14T16:27:53.329-07:00VENDO O TEMPO PASSAR: A ANTROPOLOGIA DIANTE DA HISTÓRIA<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/TGcmTnUFm3I/AAAAAAAACcc/INq6C41sCcY/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="149" ox="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_E7I3XdgXox0/TGcmTnUFm3I/AAAAAAAACcc/INq6C41sCcY/s200/images.jpg" width="200" /></a></div>Autor: Roberto Schiavini<br />
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Resumo: Se fosse possível uma única definição para designar a constituição das identidades, “diferença” seria um termo privilegiado, afinal é na diferença que se articulam o “nós” em contraposição ao outro. No processo histórico das disciplinas acadêmicas, identidade e diferença aparecem imbricados: assim como a sociologia constituiu-se em contraste à psicologia, antropologia e história estão ainda hoje forjando identidades com rupturas e aproximações em um processo interativo nem sempre feliz, mas produtivo.<br />
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O texto aqui proposto tem por objetivo uma reflexão panorâmica acerca da relação entre as disciplinas antropologia e história por meio de recortes considerados relevantes e que demonstrem aproximações e distanciamentos entre as duas disciplinas. Para efeito de análise e organização textual considero frutífero separar em três momentos distintos o caminho percorrido pela antropologia em seu diálogo com a historiografia: 1) momento constitutivo; 2) distanciamento; e 3) aproximação. A separação não significa uma ordenação cronológica e seqüencial das escolas e dos paradigmas antropológicos, indicando uma abordagem sincrônica. Neste entremeio abordarei três tradições intelectuais como vertentes da antropologia desenvolvida no decorrer de sua história: evolucionismo; funcional-estruturalismo e a antropologia pós-estruturalista .<br />
É importante esclarecer que a antropologia a qual me refiro neste trabalho é aquela que se dedica aos aspectos sociais e culturais como eixo temático privilegiado, não me retendo ao caráter físico e biológico desta empresa acadêmica.<br />
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Contextualização Geral:<br />
A Antropologia, disciplina acadêmica inserida no quadro das Ciências Sociais modernas, tem como locus privilegiado o estudo o homem em seus aspectos sociais e culturais, sendo constituída como disciplina no final do século XIX. Seus precursores estavam interessados primordialmente em desvendar o que de universal havia nas práticas significantes do homem nos vários cantos do globo terrestre. Conforme Clifford Geertz, o ideal universal do homem do iluminismo requisitava para a antropologia a tentativa “de reconstruir um relato inteligente do que é o homem ... Tendo procurado a complexidade e a encontrado numa escala muito mais grandiosa do que jamais imaginaram, os antropólogos embaralham-se num esforço tortuoso para ordená-la. E o final ainda não está à vista”. (GEERTZ, 1989: p. 25).<br />
No final do século XVIII o ocidente está envolto a transformações estruturais radicais que modificam substancialmente o modo de vida e das relações sociais como um todo, impactando fortemente a produção sociológica, especialmente no que se refere aos temas da coesão e da solidariedade, chegando ao ponto de produzir preocupações no âmbito de pensadores sociais como Saint-Simon, Auguste Comte e posteriormente Émile Durkheim que se dedica a estudar os contornos de uma hipotética sociedade anômica e a alternativa da solidariedade orgânica e da divisão do trabalho social. (QUINTANEIRO et. al., 2002) No século XIX, o panorama já consolidado, é outro. O colonialismo propiciou a abertura de um mundo material e simbólico até então ignorado pela Europa moderna. E é no movimento da conquista colonial que se delineiam os contornos da antropologia moderna.<br />
Estudiosos como Bachoven, Fustel de Coulanges, MacLennan, Tylor, Morgan e Frazer, se debruçam sob essas novas formas de sociabilidade com o intuito de estabelecer um painel etnográfico geral da humanidade. (LAPLANTINE).<br />
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Momento constitutivo<br />
A questão antropológica (leia-se também sociológica) que se colocava no primeiro momento era a seguinte: Como poderíamos conceber povos que estavam fora de tudo que se tinha como referência de uma elaborada conceituação de progresso e civilização?<br />
No século XVIII, sob o fenômeno do iluminismo, resposta cômoda foi negar uma humanidade e consequentemente uma história e cultura para estes povos outros. Hegel chegou a afirmar que não havia história para a África. No entanto, no novo panorama expansionista da Europa sobre as Américas, África e Ásia, já não era interessante ignorar povos que estavam em intermitente contato com a administração colonial.<br />
A antropologia surge com a proposta teórica de uma classificação hierárquica dos grupos humanos tomando como referência o tempo histórico necessário para que cada um desses agrupamentos chegasse ao grau referente de civilização européia . Desenvolvimentos tecnológico, econômico, cultural e social, servem de base para a hierarquização em vários níveis no tempo histórico.<br />
Morgan estabelece três estágios pelas quais passaria a humanidade: selvageria, barbárie e civilização. Frazer pesquisando os aspectos religiosos distingue também três estágios de desenvolvimento: feitiçaria, religião e ciência. É importante lembrar que essa abordagem classificatória já existia antes do surgimento da disciplina sociológica e antropológica. O precursor ideológico dos estudos sociais e do positivismo, Augusto Comte, classificou o desenvolvimento da humanidade em três categorias seqüenciais: estado teológico, metafísico e estado positivo.<br />
Pautando-se em uma concepção classificatória do homem no tempo e no espaço e apoiada pelo modelo histórico clássico linear, a antropologia constitui-se e se consolida como disciplina, construindo teorias explicativas para a diversidade humana existente nos vários cantos do mundo e buscando os elementos universais que os liguem a uma só categoria: um homem genérico.<br />
Internamente, a antropologia busca afirmar uma identidade que, como veremos mais adiante, a levará a uma ruptura com o modelo evolucionista, bem como, uma negação quase que total de qualquer aspecto da mudança social, seja no tempo ou no espaço.<br />
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Distanciamento:<br />
Parcialmente em resposta ao evolucionismo, a antropologia caracteriza-se na primeira metade do século XX, pela rejeição da história como aporte teórico explicativo capaz de dar conta da diversidade cultural existente. No evolucionismo a busca de elementos universais era realizada a partir de análises macro-sociológicas e trabalho feito em gabinetes, tendo como fonte os relatos de viajantes e cronistas. Cada vez mais a análise se fechava em grupos específicos, privilegiando a dinâmica interna e tendo como referência a estrutura social e as funções institucionais que a atribuem forma. O trabalho de campo passa a ser feito por especialistas em locais e períodos determinado pelos pesquisadores, e tendo o tempo presente como delimitação da pesquisa.<br />
Radcliffe-Brown, Malinowski e posteriormente Lévi-Strauss são os principais responsáveis por essa mudança de enfoque na antropologia, ao instaurarem uma ruptura com uma história conjectural (reconstituição especulativa dos estágios). A partir de seus trabalhos, o tempo histórico é deixado de lado, argumentando-se que qualquer cultura deva ser analisada em uma perspectiva sincrônica, a partir unicamente de seus dados contemporâneos (CUCHE, 2002: p. 71).<br />
A despeito da mudança de foco, o trabalho comparativo continua a ser o principal objetivo da antropologia. Só que agora ancorado por um levantamento sistematizado feito in loco nas outras sociedades. Lidando com concepções de tempo diversas e destituídos de documentos escritos, a antropologia elabora um discurso a-histórico para fortalecimento da empreitada antropológica. Segundo Clifford Geertz,<br />
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“a principal razão pela qual os antropólogos fogem das diversidades culturais quando chegam à questão de definir o homem, procurando o refúgio nos universais sem sangue, é que, confrontados como o são pela enorme diversidade do comportamento humano, eles são perseguidos pelo medo do historicismo, der se perderem num torvelinho de relativismo cultural tão convulsivo que poderia priva-lo de qualquer apoio fixo”. (GEERTZ, 1989).<br />
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Aproximações<br />
O relativismo a que se refere Clifford Geertz é aquele produzido pela escola culturalista americana a partir de Franz Boas e que coloca como postulado a necessidade de se fazer a reconstrução histórica dos vários grupos humanos antes de se fazer generalizações comparativas entre elas. O particularismo histórico é a abordagem privilegiada dessa escola, apontando a relevância de se buscar entender cada grupo específico por ele mesmo e não mais em comparação à sociedade ocidental. Para Franz Boas, cada grupo cultural tem uma história única (contexto) que depende por um lado, dos desenvolvimentos internos peculiares a este grupo social, e por outro, das influências externas às quais estão sujeitos. Tal empreitada esbarra em dificuldades técnicas intransponíveis, entre elas: escassez documentação sólida para uma construção histórica de cada grupo específico; a variedade de concepções de temporalidade histórica dos vários agrupamentos humanos. Apesar disso, uma enorme contribuição da perspectiva boasiana é o relativismo.<br />
Evans-Pritchard, antropólogo estruturalista britânico, “alertava para as conseqüências negativas das abordagens socioestruturalistas e funcionalistas sincrônicas, por removerem artificialmente os sujeitos da pesquisa antropológica dos processos históricos do colonialismo e da expansão do estado-nação” (ALMEIDA, 2003: p. 28). Trabalhando entre os Nuers, Pritchard considera o tempo mostrando como este é medido pelos espaços intercalares criados, concebidos e vivenciados pelas linhagens e clãs patrilineares. Assim, na medida em que eles caminham para o ancestral comum, consequentemente, chega-se mais perto da fundação da linhagem avançada, na sua esfera temporal. (DAMATTA, 1989).<br />
Na contemporaneidade temos vozes consoantes em uma busca dialógica entre antropólogos e historiadores. O antropólogo norte-americano Marshall Sahlins é uma dessas vozes. Sua proposta é concebida através da articulação entre o estruturalismo simbólico de Lévi-Strauss e o estruturalismo histórico de Braudel:<br />
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“com a proposta de uma “antropologia histórica e estrutural”, Sahlins propõe um diálogo renovado entre a história e a antropologia, e entende que a estrutura é composta por categorias culturais concebidas como uma rede, ou seja, um sistema de diferenças ou um conjunto de categorias. Sua proposta é repensar em termos dialéticos, estrutura e evento/ estrutura e história, o que o faz concluir que enquanto a história transforma estas “redes culturais”- estrutura, a própria história é reordenada no mesmo processo.” (PORTELA, 2006: p. 26).<br />
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Sahlins (1990) busca integrar sincronia e diacronia a partir da incorporação dos aspectos permanentes (estrutura) e dinâmicos (história) apontando como a cultura é articulada a partir dessas duas categorias. Eric Wolf, propõe um debate instigante acerca das teorias do sistema mundial, também buscando dialogar com a história. Segundo Almeida, estes autores estão “preocupados em enfatizar o dinamismo, a variabilidade e historicidade da cultura.” (2003: p. 32)<br />
A antropologia hermenêutica iniciada a partir das discussões de Geertz e sua antropologia interpretativa, a qual Oliveira (1986) chama de “paradigma da desordem”, aproxima-se da história ao se distanciar do “paradigma da ordem”, representado pelo estruturalismo e funcionalismo. A diferença fundamental entre os dois paradigmas, e que nos interessa aqui, é o caráter objetivo e subjetivo de perceber o sujeito (como objeto de pesquisa), e por conseqüência, o caráter histórico e a-histórico presente na forma de concebê-los.<br />
Para finalizar, gostaria de colocar um quadro elaborado por Cardoso de Oliveira, e que a meu ver, sintetiza ao menos em parte, o que aqui foi discutido, deixando para o leitor uma ordem esquemática desse trabalho.<br />
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Matriz Disciplinar<br />
Tradição<br />
Tempo<br />
Intelectualista<br />
Empirista<br />
Sincrônico Paradigma Racionalista<br />
“Escola francesa” Paradigma Estrutural-Funcionalista<br />
“Escola britânica”<br />
Diacrônico Paradigma Hermenêutico<br />
“Antrop. Interpretativa” Paradigma Culturalista<br />
“Escola Norte-americana<br />
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Considerações Finais<br />
A antropologia, no decorrer desses quase dois séculos de existência, vem procurando subsídios teóricos e metodológicos que sustentem a grande empreitada a que se propôs: entender o homem em todos os seus aspectos. Porém não foi previsto, inicialmente, a dinamicidade e a subjetividade das ações e das relações sociais humanas, no tempo e no espaço, incluindo aí, a do próprio pesquisador. A disciplina histórica percorreu, por vezes ao lado, outras à frente e ora servindo como apoio ou como contraponto crítico um processo dialógico com a antropologia. É inegável que essa tensão disciplinar ajudou a forjar um discurso identitário para a antropologia. E como qualquer construção de identidades, este é um processo de negociação e está sempre em via de mudança. Fato é que esse “outro” possibilitou um encontro a que defino como nem sempre feliz, mas, sobretudo, frutífero. <br />
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamoforses indígenas: indentidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003.<br />
DAMATTA, Roberto - Relativizando, Uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro, Rocco, 1991.<br />
GARDINER, Patrick. Teorias da História. Lisboa, 1995.<br />
<br />
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.<br />
LAPLANTINE, François - Aprender Antropologia. São Paulo, Brasiliense, 1988.<br />
LEVI-STRAUSS, Claude. O Pensamento Selvagem. Companhia Editora Nacional. São. Paulo, 1976.<br />
MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacifico Ocidental. São Paulo, Abril, 1976.<br />
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. A Categoria de (Des)Ordem e a Pós-modernidade na Antropologia. In.: Anuário Antropológico 86. UNB. Brasília, 1986.<br />
PORTELA, Cristiane de Assis. Nem ressurgidos, nem emergentes: a resistência histórica dos Karajá de Aruanã em Goiás (1980-2006). Dissertação de Mestrado. Goiânia: Programa de Pós-Graduação em História-UFG, dezembro de 2006.<br />
<br />
QUINTANEIRO, Tânia. Um toque de clássicos: Marx, Durkeim e Weber/ Tânia Quintaneiro, Maria Ligia de Oliveira Barbosa, Márcia Gardênia de Oliveira. 2ª ed. ver. amp. – Belo Horizonte: UFMG, 2002.<br />
<br />
SAHLINS, Marshall. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.<br />
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SCHWARCZ, Lilia K. Moritz e GOMES, Nilma Lino (orgs.) Antropologia e História: debate em região de fronteira. BH: Autêntica, 2000.</div>Roberto Schiavinihttp://www.blogger.com/profile/09137522000495254785noreply@blogger.com0